À medida que avançamos para 2025, o campo da engenharia está passando por transformações significativas, impulsionadas por inovações tecnológicas, demandas ambientais e mudanças nas necessidades sociais e econômicas. Essas tendências estão moldando o futuro da profissão e redefinindo as práticas tradicionais.
A crescente conscientização ambiental e a urgência em mitigar os efeitos das mudanças climáticas colocam a sustentabilidade no centro das atenções. O setor de construção civil, responsável por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa, está adotando práticas mais ecológicas. De acordo com o World Green Building Council, espera-se que 60% das novas edificações utilizem materiais ecológicos, como concreto reciclado e biocompostos. No Brasil, essa tendência é reforçada pelo aumento de certificações sustentáveis e pelo incentivo à adoção desses materiais pelas construtoras.
Além disso, a eficiência energética tornou-se uma prioridade, com a incorporação de tecnologias como painéis solares, isolamento térmico aprimorado e sistemas de iluminação inteligente nas novas construções. A gestão de resíduos também ganha destaque, com práticas que incluem o uso de resíduos de demolição para a criação de novos materiais, impulsionando o mercado de reciclados.
A construção modular e offsite está ganhando espaço devido à sua eficiência e rapidez. Unidades modulares são pré-fabricadas em ambientes controlados e posteriormente montadas no local da obra, resultando em redução de custos, tempo e desperdício de materiais. Essa abordagem oferece qualidade consistente e flexibilidade no design, permitindo personalizações para diferentes tipos de edificações, desde residenciais até comerciais.
O uso do Building Information Modeling (BIM) e de Gêmeos Digitais está revolucionando o planejamento e a gestão de projetos. O BIM permite a visualização em 3D e a simulação de diferentes cenários, reduzindo erros de planejamento e melhorando a colaboração entre profissionais. Os Gêmeos Digitais criam réplicas virtuais em tempo real de estruturas físicas, possibilitando monitoramento contínuo e manutenção preventiva, o que otimiza a operação e reduz custos a longo prazo.
A inteligência artificial (IA) está se tornando ferramenta essencial na otimização de recursos e melhoria da segurança na engenharia. Algoritmos de IA auxiliam na criação de cronogramas mais precisos, preveem possíveis atrasos e monitoram o desempenho estrutural por meio de sensores integrados. Além disso, a automação está presente em canteiros de obras, com o uso de drones para monitoramento e robôs para tarefas repetitivas, aumentando a eficiência e reduzindo riscos para os trabalhadores.
As tecnologias de Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR) estão sendo incorporadas para melhorar a visualização de projetos e a comunicação entre as partes envolvidas. A VR permite simulações imersivas, possibilitando que profissionais e clientes “caminhem” pela construção antes de sua execução, enquanto a AR sobrepõe informações em tempo real no ambiente físico, auxiliando na precisão das tarefas no canteiro de obras.
Com a crescente frequência de eventos climáticos extremos, a engenharia está focada na criação de estruturas resilientes. O uso de materiais inovadores, como concreto autorreparável e polímeros de alta resistência, contribui para maior durabilidade e resistência. Além disso, infraestruturas adaptativas, como sistemas de drenagem inteligentes, são desenvolvidas para enfrentar desafios ambientais, garantindo a segurança e longevidade das construções.
Inspirada pela Indústria 4.0, a Construção 4.0 integra IoT (Internet das Coisas), IA, big data e automação para criar canteiros de obras mais conectados e inteligentes. Sensores integrados, drones e softwares avançados permitem monitorar obras em tempo real, reduzindo erros e melhorando a produtividade. Essa abordagem facilita a tomada de decisões baseada em dados, otimizando processos e recursos.
A impressão 3D está se consolidando como tecnologia viável na construção civil, permitindo a criação de componentes estruturais com precisão e redução de desperdícios. Além disso, o desenvolvimento de novos materiais, como bioplásticos e compósitos avançados, está ampliando as possibilidades de design e funcionalidade nas construções, promovendo edificações mais sustentáveis e eficientes.
A busca por eficiência energética está levando ao desenvolvimento de edifícios inteligentes, que utilizam sistemas automatizados para gerenciar iluminação, climatização e outros recursos, reduzindo o consumo de energia. A integração de fontes de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas, está se tornando padrão, contribuindo para a sustentabilidade das construções.
A implementação de práticas de economia circular na construção civil visa maximizar o uso de recursos e minimizar a geração de resíduos. Isso inclui o reaproveitamento de materiais de demolição, reciclagem de resíduos de construção e a escolha de materiais com menor impacto ambiental, promovendo um ciclo de vida sustentável para as edificações.
*Tarso Luís Cavazzana é engenheiro civil e diretor da AEAN