O Dia Nacional da Acessibilidade, celebrado em 5 de dezembro, reforça a importância de eliminar barreiras físicas, sociais e digitais para assegurar uma sociedade mais inclusiva. Nesse contexto, as engenharias, aliadas às inovações tecnológicas, desempenham papel fundamental na promoção da igualdade de oportunidades e na garantia de autonomia para pessoas com deficiência (PcDs).
No setor da construção, a engenharia se destaca ao criar espaços públicos e privados inclusivos, e a arquitetura, mobiliários urbanos acessíveis. O desenvolvimento de projetos baseados na norma técnica NBR 9050 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) garante que edificações contemplem rampas, elevadores adaptados, banheiros acessíveis e sinalizações adequadas. A acessibilidade vai além de cumprir exigências legais, sendo um reflexo do compromisso ético de projetar ambientes democráticos e seguros para todos.
De acordo com o engenheiro Tarso Cavazzana, diretor da AEAN (Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste), exemplos como praças acessíveis, terminais de transporte coletivo com infraestrutura adaptada e edifícios residenciais inclusivos ilustram como o planejamento urbano é determinante para melhorar a qualidade de vida. Soluções como pisos táteis e semáforos sonoros também têm papel essencial na mobilidade de pessoas com deficiência visual.
“A inclusão digital é outra fronteira importante, e a engenharia de software tem contribuído significativamente. Ela atua em ambientes hospitalares tornando os espaços acessíveis a usuários e médicos PCDs. Ferramentas assistivas, como softwares de leitura de tela e aplicativos com comandos de voz, permitem que pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora tenham acesso a serviços essenciais, como educação e mercado de trabalho. Plataformas digitais precisam seguir os princípios de acessibilidade, promovendo layouts intuitivos e compatíveis com tecnologias assistivas”, explica o profissional Cavazzana.
Com a expansão da Internet das Coisas (IoT) e da inteligência artificial, novas possibilidades estão surgindo. Casas inteligentes com dispositivos de controle por voz, por exemplo, ampliam a autonomia de pessoas com deficiência física. Além disso, tecnologias como impressão 3D estão sendo usadas para criar próteses personalizadas e de baixo custo, ampliando o acesso à reabilitação.
Engenharias e cidades inteligentes
“A acessibilidade também é um componente chave no conceito de cidades inteligentes, onde infraestrutura urbana e tecnologia convergem para oferecer soluções inclusivas e sustentáveis. Sistemas de transporte público adaptados, sensores de monitoramento em calçadas e aplicativos que mapeiam rotas acessíveis são algumas iniciativas que mostram como a engenharia está transformando os espaços urbanos”, destaca Cavazzana.
Além disso, as engenharias elétrica e mecânica desempenham papel vital ao integrar tecnologias sustentáveis, como iluminação adaptativa e energia renovável, que atendem às necessidades de todos os cidadãos. Projetos que unem acessibilidade e sustentabilidade promovem o uso racional de recursos naturais e criam espaços mais habitáveis e equitativos.
Segundo o diretor da AEAN, a engenharia de telecomunicações torna cada vez mais eficiente a comunicação de PCDs entre si e com a sociedade, e a engenharia mecatrônica vem utilizando e interagindo tecnologias robóticas, IA e IoT para inserção de PCDs nas mais diversas áreas de trabalho e também como auxílio motoro e recuperação de sentidos.
Para ele, o avanço da acessibilidade depende não apenas da tecnologia, mas também de políticas públicas eficazes. Governos devem garantir incentivos para projetos inclusivos, regulamentar o cumprimento de normas de acessibilidade e investir em educação para formar profissionais capacitados. Além disso, campanhas de conscientização são fundamentais para mudar mentalidades e valorizar a diversidade como um ativo social.
Desafios e futuro
Embora avanços significativos tenham sido alcançados, desafios permanecem. A implementação de tecnologias acessíveis ainda é desigual, especialmente em regiões menos desenvolvidas. Além disso, há a necessidade de maior integração entre engenheiros, arquitetos, desenvolvedores de software e outros profissionais, para que soluções inclusivas sejam pensadas desde a concepção dos projetos.
“No futuro, espera-se que as engenharias continuem a liderar inovações que transformem a vida das pessoas com deficiência. Tecnologias emergentes como realidade aumentada e inteligência artificial têm o potencial de criar experiências mais inclusivas, enquanto novas práticas educacionais podem formar profissionais mais conscientes da importância da acessibilidade”, comenta Tarso Cavazzana.
O Dia Nacional da Acessibilidade é um lembrete do papel transformador das engenharias e da tecnologia na construção de uma sociedade inclusiva. Desde projetos arquitetônicos acessíveis até dispositivos digitais avançados, o compromisso com a acessibilidade é essencial para garantir igualdade de oportunidades e participação plena para todos.
Engenheiros e arquitetos têm a responsabilidade de atuar como agentes de mudança, utilizando suas competências para superar barreiras e promover o progresso social. Ao alinhar inovação tecnológica com princípios éticos, é possível criar um mundo mais justo e acessível, onde as diferenças sejam celebradas e todos possam participar plenamente da vida em sociedade.
Para saber mais sobre o impacto da engenharia na acessibilidade, acesse o site do CREASP. Com informações da URL https://www.creasp.org.br/noticias/5-12-dia-nacional-da-acessibilidade/, em conteúdo Produzido pela CDI Comunicação